quarta-feira, 24 de julho de 2013

pH, fator de alta relevância em análise do solo

Por que medir o pH do solo?
Os valores de pH dos solos variam grandemente, numa faixa entre 3 e 10. A reação do solo é o fator que, em geral, mais afeta a disponibilidade dos nutrientes às plantas. Sabe-se que a maior disponibilidade ocorre na faixa de pH entre 6,0 e 7,0. Sob acidez ou alcalinidade excessiva, entre outros problemas para as plantas, tem-se uma baixa disponibilidade de nutrientes, é como se solos ácidos formassem uma barreira à absorção dos nutrientes essenciais pela planta. Portanto, antes da adubação e, na verdade, antes do preparo do solo, deve-se procurar saber as condições de acidez do solo.
No Brasil, o maior problema relacionado à reação do solo diz respeito ao fato de que cerca de 70% dos solos cultivados apresentam acidez excessiva. Assim, a prática da calagem torna-se de vital importância no manejo da fertilidade do solo.
O gráfico abaixo mostra claramente a disponibilidade de determinados nutrientes, presentes no solo, às plantas, confirmando o que foi dito anteriormente.
Relação entre pH e disponibilidade de elementos no solo

Poder tampão dos solos
A capacidade ou poder tampão do solo diz respeito à resistência do solo em ter o valor de seu pH alterado, quando tratado com base ou com ácido. Solos mais argilosos ou com argila de maior atividade ou solos com maiores teores de matéria orgânica possuem maior poder tampão do que solos mais arenosos ou argilosos com argila de baixa atividade ou solos com menores teores de matéria orgânica.
Se a um dado solo forem adicionadas quantidades crescentes de calcário e for medido o pH resultante após a reação do corretivo, são obtidas curvas de neutralização. A figura abaixo mostra curvas de neutralização para dois solos, como tendência geral, com poder tampão bem contrastantes. Num solo com baixo poder tampão, é preciso estar atento para o fato de que a aplicação de pequenas doses de calcário em excesso podem elevar o pH para acima de 7,0, o que acarreta a redução da disponibilidade de vários nutrientes, notadamente de micronutrientes.

Muitas vezes o conceito de poder tampão é mais enfocado no sentido do aumento do pH do solo, ou seja, partindo-se de um solo com pH ácido qual seria a sua resistência em ter seu pH elevado. Este enfoque está ligado à determinação da necessidade de calcário para elevar o pH a um valor desejado. Por outro lado, deve-se lembrar sempre que a resistência que o solo oferece em ter seu pH elevado é idêntica àquela para ter seu pH diminuído. Portanto, considerando as causas de acidificação dos solos, principalmente pelo uso de fertilizantes nitrogenados e pela remoção das bases pelas colheitas, é preciso estar atento para a resistência que o solo oferece em ter seu pH decrescido. Isto tem implicações, inclusive, na frequência de análise química do solo para avaliar a sua acidez. Quanto menor o poder tampão do solo menor será o espaço de tempo entre uma amostragem e outra, pois o processo de acidificação ocorre mais rapidamente.

Amostragem de solos

Para que os resultados de uma análise química de solo tenham validade e representatividade, é indispensável o máximo cuidado e critério na coleta de amostras que deverão ser enviadas aos laboratórios. Nenhuma análise é melhor que uma boa coleta de amostras, pois elas é que irão representar toda a área da propriedade onde deverão ser aplicados os corretivos e fertilizantes. 

Esquemas de Amostragem
Os esquemas de amostragem podem ser divididos em duas categorias: ao acaso e sistematizada. A amostragem ao acaso refere-se ao método que tem sido recomendado para a agricultura convencional. A amostragem sistematizada é o sistema recomendado para aplicação das tecnologias da Agricultura de Precisão, sendo o método mais adequado para estudar a variabilidade espacial das propriedades do solo de uma área, pois a variabilidade em todas as direções é levada em consideração. Aqui iremos apenas abordar a amostragem ao acaso.
Nesse esquema de amostragem ao acaso, a propriedade ou a área a ser amostrada deve ser dividida em glebas de até 10 hectares, numerando-se cada uma delas (Fig. 1). As glebas devem ser homogêneas, quanto ao uso anterior, ao tipo de solo e ao aspecto geral da vegetação.


Recomenda-se coletar amostras simples em número de 10 a 20 pontos, em ziguezague (Fig. 1), limpando-se em cada local a superfície do terreno, retirando-se as folhagens e outros restos de plantas, resíduos orgânicos etc, sem, contudo raspar a terra. Deve-se evitar que esses pontos estejam em locais erodidos, ou onde o solo tenha sido modificado por formigas ou cupins, utilizado como depósito de corretivos, adubos, estéreos, passagem de máquinas, animais etc.
As amostras simples deverão ser reunidas em um balde plástico limpo e bem misturadas, formando uma amostra composta. Após homogeneização, retirar aproximadamente 500 g de terra, transferir para saco plástico sem uso, identificar pelo número correspondente da área e especificar informações complementares.

Frequência de amostragem
A frequência de amostragem do solo é dependente da intensidade de uso da área e dos sistemas de cultivo adotados, principalmente com relação aos critérios usados para correção da acidez e adubação do solo. Contudo, devido as pequenas variações que ocorrem no solo decorrente do cultivo rotineiro, as amostragens do solo podem ser realizadas em intervalos de 3 a 5 anos. Essa frequência pode ser reduzida quando for observado algum comportamento diferencial no desenvolvimento da cultura ou quando forem empregados novos critérios de adubação das culturas ou correção do solo indicados pelos órgãos de pesquisa ou assistência técnica.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Medindo pH

1- Para um bom resultado deve-se obter uma boa amostra, ou seja, uma amostra representativa de toda propriedade. Para isso é necessário seguir algumas dicas de amostragem de solos postadas anteriormente.

Obs.: Ao realizar a amostragem de um determinado terreno, obteve-se quatro amostras representativas.


2- Ao chegar no laboratório com o material, faremos 4x3 repetições para um resultado mais confiante, usando cerca de 1cm³ de amostra para cada teste.


3- Adiciona-se 25ml de água destilada, para cada uma das repetições.


4- Deixa-se repousar por 1h, e então verifica-se o pH, usando o pHmetro. 
   5- Agitar cada amostra com bastão de vidro, mergulhar os eletrodos na suspensão homogeneizada e proceder a leitura do pH.


Nas análises realizadas pelo grupo, as amostras tinham pH variando em torno de 7, mostrando ser um solo aproximadamente neutro.